quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Revolução Francesa

Cenário francês contemporâneo.

Por cerca de meio milênio, a França tem sido uma grande potência, com forte influência econômica, cultural, militar e política a nível europeu e global. Durante muito tempo o país exerceu um papel de liderança e hegemonia na Europa (principalmente a partir da segunda metade do século XVII e boa parte do XVIII). Ao longo desses dois séculos, a França colonizou grande parte da América do Norte e, durante o século XIX e início do século XX, chegou a constituir o segundo maior império da história, o que incluía grande parte da América do Norte, África Central e Ocidental, Sudeste Asiático e muitas ilhas do Pacífico. A França é um país desenvolvido e possui a quinta maior economia do mundo por PIB nominal[5] e a nona maior economia em poder de compra.[6] É o país mais visitado no mundo, recebendo 82 milhões de turistas estrangeiros por ano.[7] A França é um dos membros fundadores da União Europeia e possui a maior área e a segunda maior economia do bloco. É também membro fundador da Organização das Nações Unidas, além de ser membro da Francofonia, do G8, do G20, da OTAN, da OCDE, da OMC e da União Latina. É um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, possui o terceiro maior número de armas nucleares do mundo e o maior número de usinas nucleares do continente europeu.


A República Francesa é uma república unitária semipresidencialista com fortes tradições democráticas. A constituição da V República foi aprovada por referendo em 28 de Setembro de 1958. É extremamente reforçada a autoridade do executivo em relação ao Parlamento. O poder executivo em si tem dois dirigentes: o presidente da República, atualmente Nicolas Sarkozy, que é chefe de estado e é eleito diretamente por sufrágio universal para um mandato de 5 anos (antes de 7 anos) e o Governo, liderado pelo Primeiro-Ministro nomeado pelo presidente, François Fillon atualmente. O parlamento francês é uma legislatura bicameral, composto por uma Assembléia Nacional (Assemblée Nationale) e um Senado. Os deputados da Assembleia Nacional representam círculos eleitorais locais e são diretamente eleitos para mandatos de 5 anos. A Assembleia tem o poder de demitir o gabinete e, assim, a maioria na Assembleia determina a escolha do governo. Os senadores são escolhidos por um colégio eleitoral para mandatos de 6 anos (inicialmente 9 termos homólogos), e metade dos assentos são submetidos a eleição a cada 3 anos, com início em Setembro de 2008.[41] Os poderes legislativos do Senado são limitados; em caso de desacordo entre as duas câmaras, a Assembleia Nacional tem a palavra final, exceto para as leis constitucionais e lois organiques (leis que são diretamente previstas pela Constituição), em alguns casos. O governo tem uma forte influência na formação da ordem do dia do Parlamento. A política francesa caracteriza-se por dois grupos políticos opostos: um de esquerda, centrada em torno do Partido Socialista Francês, e os outros da ala direita, anteriormente centrada em torno do Rassemblement pour la République (RPR) e agora seu sucessor, o Union pour un mouvement populaire (UMP). O poder executivo é atualmente composto na sua maioria por membros do UMP. Um membro G8, grupo líder dos principais países industrializados, o país é classificado como a quinta maior economia do mundo e segunda maior da Europa é por PIB nominal;[45] com 39 das 500 maiores empresas do mundo em 2010, a França ocupa o quarto lugar no mundo e o primeiro na Europa na lista Fortune Global 500, à frente da Alemanha e do Reino Unido. A França se juntou aos onze outros membros da União Europeia para criar o euro em 1 de Janeiro de 1999, substituindo completamente o franco francês (₣) no início de 2002.[46]
A França tem uma economia mista que combina a iniciativa privada extensa (cerca de 2,5 milhões de empresas registradas)[47][48] com substanciais (embora em declínio[49]) empresas estatais e intervenção do governo. O governo mantém considerável influência sobre segmentos-chave dos setores de infra-estrutura, com participação majoritária em estradas de ferro, eletricidade, aviões, usinas nucleares e telecomunicações.[49] O país vem relaxando gradualmente o controle sobre estes sectores desde o início dos anos 1990.[49] O governo está lentamente corporatizando o setor estatal e vendendo participações na France Télécom, Air France, assim como ações, seguros e indústrias de defesa.[49] A França tem uma importante indústria aeroespacial liderada pelo consórcio europeu Airbus e tem o seu próprio espaçoporto nacional, o Centro Espacial de Kourou. Segundo a OMC, em 2009 a França foi 6º maior exportador do mundo e o 4º maior importador de produtos manufaturados.[50] Em 2008, a França foi o terceiro maior destinatário de investimentos estrangeiros diretos nos países da OCDE em 117,9 bilhões dólares, atrás de Luxemburgo (onde o investimento estrangeiro direto foi de transferências essencialmente monetárias aos bancos localizados no país) e dos Estados Unidos (316.100 milhões dólares), mas acima do Reino Unido (96,9 bilhões dólares), Alemanha (US $ 24,9 bilhões) e Japão ($ 24,4 bilhões).[51][52] No mesmo ano, as empresas francesas investiram 220.000 milhões de dólares fora da França, classificando a França como o segundo mais importante investidor externo direto no âmbito da OCDE, atrás dos Estados Unidos (311,8 bilhões de dólares) e à frente do Reino Unido (111,4 bilhões de dólares), Japão (128 bilhões de dólares) e Alemanha (156,5 bilhões de dólares).[51][52] A França é o menor emissor de dióxido de carbono entre os sete países mais industrializados do mundo, devido ao seu forte investimento em energia nuclear.[53] Como resultado de grandes investimentos em tecnologia nuclear, a maior parte da eletricidade produzida no país é gerada por 59 usinas nucleares (78% em 2006,[54] a partir de apenas 8% em 1973, 24% em 1980, e 75% em 1990).

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Análise do filme Mauá: O Imperador e o rei.

Mauá: O Imperador e o Rei.
As primeiras cenas se desenrolam no Rio Grande do Sul, numa pequena localidade onde nasceu Irineu. Ainda garoto ficou órfão de pai, o que lhe dificultou a permanência em casa, pois sua mãe, ao casar-se novamente foi obrigada, por imposição do novo marido a encaminhá-lo para o Rio de Janeiro, onde moraria com o seu tio.  No Rio de Janeiro, começou a trabalhar no armazém do português Pereira de Almeida, onde se percebeu apto para os negócios e se empenhou em estudar, o que lhe possibilitou maior visão e tato comercial. Com o tempo tornou-se empregado de confiança do português e sistemático controlador de seus negócios. Graças a sua habilidade de negociação, ganha a simpatia do escocês Richard Carruthers, que se dispõe a educá-lo nos moldes do liberalismo econômico, prevalecente na Inglaterra. Alguns anos depois, o escocês, percebendo-se acometido de "Banzo", (saudades da terra natal) doença comum dos escravos da época, resolve voltar para a Inglaterra e confia os seus bens aos cuidados de Irineu. Após uma visita à Inglaterra, Irineu decide mudar os rumos de seus negócios e resolve investir na Indústria, construindo uma Fundição e Estaleiro em Ponta da Areia, no Rio de Janeiro. Cria também a Companhia de transportes, Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas, Companhia de Iluminação a gás do Rio de Janeiro, Estradas de Ferro; inaugura a primeira linha de bondes do Rio e cria novos Bancos do Brasil, com filiais na Inglaterra, Estados Unidos, França, Argentina e Uruguai. Apesar do seu espírito empreendedor, força de vontade e interesse pelo desenvolvimento do Brasil e sua modernização o Barão de Mauá faliu; não suportou a concorrência estrangeira e o boicote do imperador, que influenciado pelo visconde de Feitosa eximiu-se de ajudá-lo nos momentos que mais precisou. As suas idéias liberais contrárias ao tráfico negreiro e escravidão, à guerra do Paraguai e à mentalidade tacanha dos que compunham a Elite Imperial, também lhe renderam alguns desgostos. É um filme inspirador e expressa bem a realidade vigente naquela época. Apresenta uma abordagem completa da saga de Irineu Evangelista, especificando dados pessoais desde a sua difícil infância, adolescência e juventude, ingresso na Maçonaria e culminando com a sua escalada empresarial e falência. A escolha do tema histórico é de extrema importância para nós, pois o barão de Mauá é personagem de destaque que contribuiu consideravelmente para o desenvolvimento econômico do nosso país. Mauá é um excelente exemplo do que um homem que sonha pode fazer, quando está determinado a enfrentar as intempéries e vicissitudes da vida; quando, a despeito do cenário que lhe cerca, mesmo diante de parcas oportunidades, consegue alcançar seus objetivos. Embora tão pouco estimulado pelo seu País ousou tentar fazer a diferença e obstinadamente contribuiu pra que ele desse um passo a mais, e que passo, rumo ao progresso e à modernização. Conhecer a sua história de persistência e determinação em vencer na vida é extremamente necessário no nosso contexto atual, quando um número tão grande de jovens em nosso país é caracterizado pela desesperança e falta de perspectiva. Os seus ideais de justiça e respeito à criatura humana (expressos de maneira tão interessante na cena em que concede ao escravo um par de sapatos que simbolizava a sua liberdade e possibilidade de inclusão social) devem também se constituir em elemento estimulante no combate à postura violenta e discriminatória tão verificada comumente na história de vida de tantos dos nossos compatriotas.




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Racismo

Sucessão do trono português

A morte de João VI de Portugal levantou um problema de sucessão. O rei tinha dois filhos adultos mas as relações com ambos eram complicadas. Pedro, o seu primogênito e herdeiro tinha sido deserdado na sequencia dos eventos de 7 de setembro de 1822 que levaram à independência política do Brasil. Com Miguel, a relação não era mais fácil, visto que o príncipe já se tinha revoltado contra o pai pelo menos duas vezes e estava exilado. Após o assassínio de D. João VI, com a idéia de reunificar as coroas de Portugal e Brasil, a regência da Infanta Isabel nomeou D. Pedro, Imperador do Brasil, como seu sucessor. Em 1826, Pedro torna-se Rei de Portugal como Pedro IV, mas, como a constituição brasileira de 1824, impedia que governasse ambos os países, abdicou um mês depois para sua filha menor, Maria da Glória (D. Maria II). O seu irmão Miguel foi nomeado regente de Portugal e foi contratado o seu casamento com a sobrinha. D. Miguel voltou do exílio e assumiu a regência em nome da sobrinha. Em 23 de junho de 1828, as Cortes aclamaram porém D. Miguel como rei de Portugal, considerando-o legítimo herdeiro do trono e ilegítimos todos os atos praticados por D. Pedro em relação a Portugal após a declaração da independência política do Brasil. A base para esta decisão foram as Leis Fundamentais do Reino, que à data ainda se encontravam em vigor, e à luz das quais D. Pedro e os seus descendentes perdiam o direito à Coroa a partir do momento em que, por um lado, aquele príncipe se tornara soberano de um estado estrangeiro (Brasil) e, por outro, parecia perdida. Miguel I procurou obter reconhecimento internacional, mas foi apenas reconhecido como rei pelos EUA e pelo Vaticano. As restantes monarquias europeias mantiveram-se em silêncio. Em 1831, o Imperador Pedro I foi forçado a abdicar da coroa do Brasil para o filho Pedro II e viajou para Portugal para defender o alegado direito ao trono português por parte de sua filha. Em 1831, Pedro desembarca as suas tropas nos Açores e toma diversas ilhas, estabelecendo o arquipélago como base de operações. Conquistada a fortíssima posição militar e naval de Angra, nos Açores, por essa armada, D. Pedro partirá daí, mais tarde, para invadir o continente português, o que ocorrerá a norte do Porto, na praia dos ladrões, depois rebatizada como Praia da Memória, que ficou conhecido como Desembarque do Mindelo, onde atualmente se encontra o grande monumento aos mortos da Guerra Civil, em forma de obelisco colocado junto ao mar, nas rochas do desembarque. Seguidamente, as forças pedristas desembarcadas entricheiraram-se dentro dos muros da Cidade Invicta, dando os miguelistas início ao duro e prolongado Cerco do Porto. Finalmente, conseguindo furar o bloqueio naval da barra do Douro, uma frota liberral fez-se ao mar e seguiu até ao Algarve, onde desembarcou uma divisão do seu exército, que avançou para Lisboa rapidamente, protegido pela esquadra inglesa. Lisboa foi entregue ao comandante-chefe liberal, marechal Duque da Terceira, sem combate nem resistência, pelo Duque de Cadaval, antigo primeiro-ministro do rei D. Miguel, em 24 de julho de 1833. Levantado o Cerco do Porto graças à queda da capital nas mãos ds pedristas, a guerra continuou no entanto a marcha forçada edolorosa, em Coimbra, Leiria e pelo Ribatejo fora D. Miguel I estabelece então a sua corte em Santarém, onde entretanto morre de peste a infanta D. Maria de Assunção de Portugal, irmã dos dois principes inimigos. Em 24 de abril de 1834, pelo Tratado de Londres, a Quádrupla Aliança decide-se pela intervenção militar contra as forças do rei D. Miguel I. Enquanto o almirante Charles Napier desembarcou tropas na Figueira da Foz, avançando por Leirria, Ourém e Torres Novas, o general espanhol José Ramon Rodil y Campillo entrou em Portugal através da Beira e Alto Alentejo com uma expedição de 15 homens em apoio do pertido de D. Pedro e de sua filha D. Maria da Glória. Vai dar-se a definitiva batalha da Asseiceira, ganha pelos pedristas, finda a qual o que restava do exército miguelista se retirou para o Alentejo. A paz assinada na Convenção de Évoramonte determinou o regresso de Maria II à Coroa e o exílio de Miguel para a Alemanha. Ao desembarcar em Genova, em 20 de junho, D. Miguel protestou formalmente à face da Europa contra a violência da Quádrupla Aliança, num documento que ficou conhecido como o "Protesto e Declaração de Genova", ponto de partida para a luta legitimista que virá a durar até 1932. D. Maria da Glória, a princesa do Grão-Pará, que entretanto, se encontrava ao abrigo da corte de Londres, junto a sua prima, a rainha Vitória, pode finalmente chegar a Portugal, nesse ano de 1834, e, estando o vencedor da guerra, D. Pedro, tuberculoso e com pouca esperança de vida, houve que emancipar rapidamente a jovem princesa, de 15 anos de idade, jurando finalmente a Carta Constituciional, e subindo enfim ao trono de Portugal, pela declaração da sua maioridade em Cortes, e cessação da regência que em seu nome o pai exercia.