segunda-feira, 12 de março de 2012

África, um continente sem história?

Não há região do mundo mais vítima da naturalização da miséria do que a África. Na concepção eurocêntrica, bastaria cruzar o Mediterraneo para se ir da “civilização” à “barbárie”. Como se a África não tivesse história, como se seus problemas fossem naturais e não tivessem sido resultado do colonialismo, da escravidão e do neocolonialismo.
Continente mais pobre, mais marcado por conflitos que aparecem como conflitos étnicos, região que mais exporta mão de obra – a África tem todas as características para sofrer a pecha de continente marcado pelo destino para a miséria, o sofrimento, o abandono.
Depois de séculos de despojo colonial e de escravidão, os países africanos acederam à independência política na metade do século passado, no bojo da decadência definitiva das potências coloniais europeias. Alguns países conseguiram gerar lideranças políticas nacionais, construir Estados com projetos próprios, estabelecer certos níveis de desenvolvimento econômico, no marco do mundo bipolar do segundo pós-guerra. Mas essas circunstâncias terminaram e o neocolonialismo voltou a se abater sobre o continente africano, vítima de novo da pilhagem das potências capitalistas. A globalização neoliberal voltou a reduzir o continente ao que tinha sido secularmente: fornecedor de matérias primas para as potências centrais, com a única novidade que agora a China também participa desse processo. Mas o continente, que nunca foi ressarcido pelo colonialismo e pela escravidão, paga o preço desses fenômenos e essa é a raiz essencial dos seus problemas. Mesmo enfrentamentos sangrentos, atribuídos a conflitos étnicos, como entre os tutsis e os hutus, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países. Hoje a África está reduzida a isso no marco do capitalismo global. Salvo alguns países como a África do Sul, por seu desenvolvimento industrial diferenciado e alguns países que possuem matérias primas ou recursos energéticos estratégicos, tem um papel secundário e complementar, sem nenhuma capacidade de assumir estratégias próprias de desenvolvimento e de superação dos seus problemas sociais. A globalização neoliberal acentuou a concentração de poder e de renda no centro em detrimento da periferia. Os países emergentes – em particulares latino-americano e alguns asiáticos – conseguiram romper essa tendência, mas não os africanos, porque não conseguiram eleger governos que rompessem com a lógica neoliberal predominante. O novo ciclo da crise capitalista e a primavera no mundo árabe podem trazer novidades que permitam a países africanos somar-se aos governos progressistas da América Latina. Texto de Emir Sader.
Estamos trabalhando a história da África e dos negros no Brasil no Projeto Diversidade cultural em nossa escola. Por isso é interessante a leitura dos textos complementares. Vamos postar os comentários sobre a temática. Bons estudos.


13 comentários:

  1. JOAO VITOR 2°E

    eu achei muito legal o texto pois tem alguns fatos que eu ja vi mas com este texto eu posso relenbrar e com isto conhecer cada vez mais a minha cidade.

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    1. A Africa é o continente mais pobre e mais marcado por conflitos etnicos,um continente marcado pela miseria,sofrimento e abandono.Esse lugar é esquecido pela sociedade como se esse país não tivesse história. na minha opiniao essas pessoas são tratados como animais não tem seus direitos e isso é errado. essas pessoas tinham que buscar e correr atras e tentar fazer com que esse continente deiche de sofrer tanto com a miseria e o abandono.

      Aluna:Letícia Andrade Moreira
      Serie: 3°e

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    2. Muito legal o texto,pena q a Africa é um país esquecido pela humanidade...Aonde a maior taxa de mortalidade ,de pobleza...
      A Africa é o continente mais pobre e mais marcado por conflitos etnicos,um continente marcado pela miseria,sofrimento e abandono.Esse lugar é esquecido pela sociedade como se esse país não tivesse história.

      Aluno:Gabriel victor
      2° C

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    3. Oi Gabriel Victor.
      Uma das situações presentes é a fome. Há no mundo diversas regiões atingidas pela fome, que mata milhares de pessoas todos os anos. Entre os principais focos figuram o Haiti, a Indochina, a Índia, Bangladesh e o Nordeste brasileiro. Em nenhum outro lugar, porém, o problema é tão disseminado quanto na África. Pelo menos trinta países africanos são duramente atingidos pela fome, sobretudo aqueles localizados em torno do deserto do Saara. Por isso, não raro a fome no continente africano é associada à aridez do clima e à irregularidade das chuvas. Por isso é interessante ler, pesquisar sobre o assunto para melhor enender este continente. Bons estudos. Um abraço.

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  2. A Africa è um continente pobre que foi vitima colonialismo e escravidão.È o pais que mais exporta mão de obra,a Africa pode ser conhecido como um pais na miseria,de sofrimento e abandono.Apesar de varias politica prometendo melhorar o pais com grandes planos,isso não passou apenas de papeis.A Africa è vitima de varias pilhagens das potencias capitalista.

    Ahyram Suellem F. Neves
    2 ano C
    Matutino

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  3. Saber que a míseria na África já vem de muito tempo atrás não é muita novidade, mas saber que somente na metade do século que teve a liberdade política é algo que não sabia. Ela sofreu e ainda sofre muitas lutas e isso é algo triste e ruim para a história da humanidade.
    Aluna: Thais Rodrigues Carlos
    2° ano C

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    1. Oi Thais.
      Vamos retomar esta leitura para entendermos melhor a História da África e do negro no Brasil. Na África do Sul a descoberta das minas de ouro e diamantes ocasionou a guerra da Inglaterra contra os bôeres. Cecil Rhodes, governador do Cabo e orientador da politica das companhias mineradoras, chefiou a conquista, a pretexto da ligação ferroviária do Cabo ao Cairo. Cercou as repúblicas bôeres. Concedeu a exploração das Rodésias e Bechuanalândia à Companhia Privilegiada. Fracassando numa primeira tentativa belicosa contra os bôeres (Jameson) em 1896, Rhodes neutralizou os protestos alemães e, alegando a xenofobia do presidente bôer Kruger contra os estrangeiros, atacou os colonos africâneres em 1899. Mas a resistência bôer foi enorme e a opinião mundial exaltou-se Contra a politica violenta dos últimos anos da rainha Vitória. Em 1902 a Inglaterra vencia a guerra e em 1909 nascia a União Sul-Africana, domínio da Comunidade das Nações. Foi assim que aconteceu a dominação inglesa na região da África do Sul. Bons estudos. Um abraço.

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  4. O continente Africano sofrem ainda com a pobreza extrema,com a desigualdade social e com as altas taxas de mortalidades,entre crianças e adultos de doenças como a aids.Mas dizer que a África não teve história,isso chega ser uma questão erronea,pois graças a esse continente que o seu povo construiu sua história nesses países Americanos como o nosso Brasil,seja na questão da cultura,da mão de obra escravizada pelos europeus.África guarda sim grandes histórias,como a civilizaçao Egípcia,Núbia e vários outros Reinos,como a Etiópia que foi o único Reino cristão daqueles primeiros milênios.Infelizmente a questão econômica,foi a mais atingida nesse grande rico continente,poois a pobreza só foi surgindo por causa do neocolinialismo europeu e com a escravidao de seu povo,que foi empobrecendo e foi construindo uma sociedade desigual.Aluna:Juliana Kimberly 2ª:F

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    1. Olá Juliana.
      Fico feliz que tenha feito a leitura do texto. O filme Hotel Ruanda mostra o conflito entre Hutus e tutsis, movimento sangrento, que além de serem atribuídos a conflitos étnicos, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países.Se tiver oportunidade assista ao filme. Bons estudos. Um abraço.

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  5. Na África existe sim muita miseria, mas o que muitos não sabe é que lá é a região que mais exporta mão de obra. Tais preconceitos com os africanos são inuteis, como se a África não tivesse história, como se seus problemas fossem naturais e não tivessem sido resultado do colonialismo, da escravidão e do neocolonialismo.
    Na África tem sim riquezas e muita coisa linda, mas, infelizmente, o que se mostra mais na midia, são as coisas ruins que existem por lá. O nosso dever é pesquisar mais sobre esse continente para deixarmos de ser tão ignorantes ao ponto de disgriminar pessoas que, na verdade, não tem culpa nenhuma por estar passando por essas dificuldades. Aluna: Bianca Soares Chaves 2 ano F

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    1. Olá Bianca.
      A África tem suas particularidades econômicas, sociais e culturais.E tem história que é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade Clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais antigos das suas civilizações. Para além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África, permitindo considerá-la o "berço da humanidade". Temos que pesquisar muito para enterdermos melhor toda esta história. Bons estudos. Um abraço.

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  6. O continente Africano foi um dos mais explorados por colonizadores, no mundo todo. Depois de explorar tudo o que pode, eles abandonarão deixando-a a própria sorte. Sem conseguir crescer os Estados da África viram-se obrigado a pedir ajuda a outros países. Mesmo com essa ajuda eles não cresceram como os países que ajudavam, sendo considerado um continente com maior numero de países pobres.

    Aluno: Kahê França Leal 2° Ano

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  7. Oi Kahê.
    Após 1870, a África foi o palco das disputas internacionais. Nos países já independentes, como Egito e Tunísia, a soberania desaparecia ante a intervenção das finanças estrangeiras, mudando-se a estrutura socioeconômica em benefício aos interesses estrangeiros. Os países e companhias dominadores investiram grandes somas na "explorarão dos recursos naturais africanos, nos setores da engenharia, indústria e agricultura. Assim, o continente foi sendo dominado pelas potências européias no século XIX. Bons estudos. Um abraço.

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