quarta-feira, 17 de junho de 2015

República Velha.

Na República Velha (1889-1930) os trabalhadores das fazendas dos
"coronéis" não eram mais os antigos escravos que a lei da Abolição
libertou, mas sim camponeses, eles eram livres perante a lei, mas
na pratica sofriam vários abusos, como o voto de cabresto, minha
pergunta é:

Quem eram esses camponeses "livres" das fazendas dos "coronéis"
na Republica Velha:

1º Os imigrantes europeus que vieram substituir os escravos ?

2º Os ex escravos ?

3º Pessoas daqui do Brasil mesmo ? (pessoas "brancas" e pobres brasileiras...)

Quem eram eles ? Justifique sua resposta.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Guerra do Paraguai.

O Que foi
 A Guerra do Paraguai foi um conflito militar que ocorreu na América do Sul, entre os anos de 1864 e 1870. Nesta guerra o Paraguai lutou conta a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai.
Causas:

 - Pretensões do ditador paraguaio Francisco Solano Lopes de conquistar terras na região da Bacia do Prata. O objetivo do Paraguai era obter uma saída para o Oceano Atlântico.

Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados na região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco Solano López.
Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas, invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de Solano López. O ditador paraguaio se opôs à invasão brasileira do Uruguai, porque contrariava seus interesses.
Como retaliação, o governo paraguaio aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda, e em seguida atacou a cidade de Dourados, em Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. Em maio de 1865, o Paraguai também fez várias incursões armadas em território argentino, com objetivo de conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança. Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país independente das nações europeias. Para a Inglaterra, um exemplo que não deveria ser seguido pelos demais países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. Foi por isso, que os ingleses ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.
 Início e desenvolvimento do conflito:
 - A guerra teve início em novembro de 1864, quando um navio brasileiro foi aprisionado pelos paraguaios no rio Paraguai.
 - Em dezembro de 1864, o Paraguai invadiu o Mato Grosso.
 - No começo de 1865, as tropas paraguaias invadiram Corrientes (Argentina) e logo em seguida o Rio Grande do Sul.

 - Em 1 de maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai selam um acordo para enfrentar o Paraguai. Contam com a ajuda da Inglaterra.

-A guerra do Paraguai durou seis anos, período durante o qual travaram-se várias batalhas. As forças militares brasileiras, chefiadas pelo Almirante Barroso, venceram a batalha do Riachuelo, libertando o Rio Grande do Sul.

-Em maio de 1866, ocorreu a batalha de Tuiuti, que deixou um saldo de 10 mil mortos, com nova vitória das tropas brasileiras.

-Em setembro, porém, os paraguaios derrotam as tropas brasileiras na batalha de Curupaiti. Desentendimentos entre os comandantes militares argentinos e brasileiros levaram o imperador Dom Pedro II a nomear Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, para o comando geral das tropas brasileiras. Ainda assim, em 1867, a Argentina e o Uruguai se retiram da guerra.
-Ao lado de Caxias, outro militar brasileiro que se destacou na campanha do Paraguai foi o general Manuel Luís Osório.
-Sob o comando supremo de Caxias, o exército brasileiro foi reorganizado, inclusive com a obtenção de armamentos e suprimentos, o que aumentou a eficiência das operações militares. Fortalecido e sob inteiro comando de Caxias, as tropas brasileiras venceram sucessivas batalhas, decisivas para a derrota do Paraguai. Destacam-se as de Humaitá, Itororó, Avaí, Angostura e Lomas Valentinas.
 -No início de 1869, o exército brasileiro tomou Assunção, capital do Paraguai. A guerra chegou ao fim em março 1870, com a Campanha das Cordilheiras. Foi travada a batalha de Cerro Corá, ocasião em que o ditador Solano López foi perseguido e morto.
Vale lembrar que, a essa altura, Caxias considerava a continuidade da ofensiva brasileira uma carnificina e demitiu-se do comando do exército, que passou ao conde d'Eu, marido da princesa Isabel. A ele coube conduzir as últimas operações.

Saldo e consequências da Guerra:
 - Nesta guerra morreram cerca de 300 mil pessoas (civis e militares);
 - Cerca de 20% da população paraguaia morreu na guerra; 
- A indústria paraguaia foi destruída e a economia ficou totalmente comprometida;
 - O prejuízo financeiro para o Brasil, com os gastos de guerra, foi extremamente elevado e acabou por prejudicar a economia brasileira.
 - A Inglaterra, que apoiou a Tríplice Aliança, aumentou sua influência na região.  
-Para o Paraguai, a derrota na guerra foi desastrosa. O conflito havia levado à morte cerca de 80% da população do país, na sua maioria homens.
-A indústria nascente foi arrasada e, com isso, o país voltou a dedicar-se quase que exclusivamente à produção agrícola.
-A guerra também gerou um custoso endividamento do Paraguai com o Brasil. Essa dívida foi perdoada por Getúlio Vargas, quase meio século depois. Mas os encargos da guerra e as necessidades de recursos financeiros levaram o país à dependência de capitais estrangeiros.
-A Guerra do Paraguai também afetou o Brasil. Economicamente, o conflito gerou muitos encargos e dívidas que só puderam ser sanados com empréstimos estrangeiros, o que fez aumentar nossa dependência em relação às grandes potências da época (principalmente a Inglaterra) e a dívida externa. Não obstante, o conflito armado provocou a modernização e o fortalecimento institucional do Exército brasileiro.
-Com a maioria de seus oficiais comandantes provenientes da classe média urbana, e seus soldados recrutados entre a população pobre e os escravos, o exército brasileiro tornou-se uma força política importante, apoiando os movimentos republicanos e abolicionistas que levaram ao fim do regime monárquico no Brasil.


Documentário: Roosevelt e Rondon


A precursora do indigenismo brasileiro: a Comissão Rondon.


Após a guerra do Paraguai (1865-1870), o governo imperial brasileiro adotou uma série de medidas para a defesa e a ocupação da vasta região amazônica, principalmente a fronteira oeste do país, considerada a mais vulnerável. Para controlar o território, o governo iniciou o desbravamento da região, instalando postos militares e criando vilas e povoados, de forma a incentivar as atividades econômicas locais. Isto se deu a partir da instalação de linhas telegráficas que ligariam os centros urbanos às regiões remotas de Mato Grosso. Os trabalhos, iniciados no final do regime imperial, tiveram seqüência com a República.
O Alferes-aluno Cândido Rondon, atuando na “Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia” a partir de 1890, aprendeu com o Major Gomes Carneiro a orientar os trabalhadores e a evitar confrontos com índios. Rondon acabou responsável pelos trabalhos de conservação dessa linha telegráfica até o final daquele século. Esses trabalhos envolveram a cooperação de índios Bororo e diversos levantamentos geográficos (Gagliardi, 1989; Maciel, 1998; Bigio, 2003).
Em 1900 Rondon foi nomeado para chefiar os trabalhos da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Mato Grosso, cujo objetivo era estender o telégrafo pela fronteira de Mato Grosso, abrindo estradas, favorecendo a colonização e ampliando o desenvolvimento agropecuário local (Rondon, 1949). No relatório dessa Comissão, Rondon descreveu em várias passagens a sujeição e mesmo o trabalho escravo de índios nas fazendas da região (idem). Naquele momento, Rondon acreditava
que índios ainda não contatados poderiam se tornar bons brasileiros, mão-de-obra empregada tanto na defesa das fronteiras como no econômico de Mato Grosso. Para os positivistas da Comissão, o telégrafo possibilitava a “construção da nação”, contribuía para dar legitimidade ao projeto republicano (Fenelon, 1998). Os espaços da fronteira tornavam-se territórios nacionais, os índios e os sertanejos dispersos seriam brasileiros. Como missão “civilizadora” dirigida por engenheiros-militares, os rituais cívicos da
108 Comissão Telegráfica comunicavam aos indígenas as novas tradições e as rotinas a serem adotadas. Com os trabalhos das linhas telegráficas, prosseguiram as explorações geográficas, ampliando o conhecimento científico e cartográfico de toda aquela fronteira (Miss ão Rondon, 2003).
Os mesmos trabalhos realizados em Mato Grosso deveriam, a partir de 1907, ser estendidos ao estado do Amazonas e território do Acre, às regiões dos rios Juruá e Alto Purus (Gagliardi, 1989). O desconhecimento geográfico das fronteiras, a importância econômica da borracha, a necessidade de controlar a região após a anexação do Acre e de impulsionar o povoamento desses sertões levaram o presidente Afonso Pena a convidar Rondon para chefiar a nova Comissão de Linhas Telegráficas
e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas. Os trabalhos da Comissão foram divididos em quatro seções, referentes à construção da linha-tronco e seus ramais, além da medição de terras e a realização de reconhecimentos e estudos da região traçada no projeto. Rondon dirigiu estes últimos trabalhos, ampliados a partir de 1908 com a criação da seção de História Natural. Naturalistas do Museu Nacional que deles participaram – Alípio Miranda Ribeiro, Edgard Roquette-Pinto e outros – recolheram um imenso acervo para a instituição, entre artefatos indígenas, plantas, animais e minerais (Roquette-Pinto, 1938). Rondon contou com a participação de índios Paresi e Cabixi para a instalação do telégrafo e a inauguração de estações telegráficas. Mesmo enfrentando o impaludismo, a varíola e a insalubridade das áreas exploradas, conseguiu instalar 2.268km de linhas telegráficas, construir estradas de rodagem, cartografar uma imensa região e seus rios. Os trabalhos da Comissão deram origem a mais de uma centena de publicações científicas, tornando famosa a técnica de pacificação adotada por Rondon, evitando o confronto com índios em seus territórios Gagliardi, 1989; Bigio, 2003). Durante os trabalhos da Comissão, em 1909, Rondon tomou posição no debate público que ocorria no Rio de Janeiro e em São Paulo a respeito do futuro dos índios e da colonização do país. Era o contexto de gestação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (Souza Lima, 1987).